O Poderoso Chelsea da década de 90

 


Ruud Gullit. Gianfranco Zola. Dennis Wise. Gus Poyet. Gianluca Vialli. Roberto Di Matteo. Esses são alguns dos vários nomes conhecidos, e de destaque, que o Chelsea possuía em seu elenco na década de 90. Grandes jogadores. Um time que começava ali a se tornar vitorioso.

Por muito tempo, o Chelsea ficou sem levantar títulos importantes. Os Blues foram campeões da Liga Inglesa (Atual Premier League) em 1954-1955 e da FA Cup, em 1969-1970, mas nunca foi um time muito vitorioso em sua história. Suas maiores “conquistas” era a fama que sua torcida levava. Os famosos Hooligans do Chelsea, os Head Hunters tinham uma reputação gigante e era conhecida, por ser uma das torcidas mais violentas da Inglaterra.

Dentro de campo, o Chelsea não passou por grandes momentos. Depois do título no final dos anos 70, o time viveu uma seca. Além disso, a década de 80 foi horrível para o time, sendo que beirando a falência, Ken Bates comprou o Chelsea em 1981, por 1 libra. Inacreditável. Ele foi muito importante para salvar os poderosos azuis de Londres, do “buraco”.

Revezando bastante entre a primeira e segunda divisão, os Blues foram campeões 2 vezes naquela década, da Segunda Divisão, e foram vice-campeões, por duas oportunidades, da extinta Copa “Full Members”.

A década de 90 começou com mudanças no futebol inglês. Em 1992, a Liga Inglesa passou a se chamar Premier League e muitos times tiveram que se revolucionar. O Chelsea foi um deles.

Para surpresa de muitos, quando se iniciou a temporada 1995-1996, o Chelsea anunciou a contratação de um craque holândes. Ruud Gullit. Mas com que dinheiros?! Já que os Blues não possuíam tal poder financeiro, na época. Eis que, o Chelsea se aproveitou de uma Lei criada na época (Lei Bosman), em que jogadores livres (sem contrato) poderiam assinar com outros clubes, sem o clube precisar pagar nenhuma quantia de dinheiro. Foi assim que Gullit chegou aos Blues.


Um “jogadoraço”. Um franzino holandês, habilidoso com os pés, famoso por sua cabeleireira. Era um jogador reconhecido internacionalmente. A moral dos azuis de Londres começava mudar e o time passava a ser mais respeitado. Em campo, o holandês que sempre foi uma espécie de líbero, passou a jogar no meio de campo, já que sua qualidade em campo, era bem superior dos demais atletas. Assim, o Chelsea começava a se revolucionar.

Para aprimorar ainda mais a qualidade da “meiuca” dos Blues, o time trouxe Vialli (da Juve), Zola (do Parma) e Di Matteo (da Lazio). Foram contratações bombásticas que mudaram o patamar do time. Além deles, o time contava com Le Saux, Desailly e Dennis Wise (muito querido por muitos torcedores até hoje), grandes jogadores que melhoravam ainda mais o plantel.

Em 1996-1997, com a chegada desses grandes reforços, o Chelsea fez uma boa campanha na Premier League, terminando em 6° lugar e se classificou para uma competição europeia (A Recopa Europeia). Em 1997-1998, o time fez melhor, e depois de muito tempo, voltou para a aclamada Liga dos Campeões da Europa, ficando em 4° lugar. Temporada seguinte, repetiu o feito e fez ainda melhor, terminando em 3° lugar.

A revolução do Chelsea, para se tornar um time poderoso, havia começado. Com grandes jogadores, o time vinha voltando a brigar pelas primeiras posições do campeonato e além disso, vencendo títulos importantes.

Os Blues foram campeões da Recopa da Uefa (97-98), da Supercopa da Uefa (Em 1998, em cima do poderoso Real Madrid), Bicampeão da Copa da Inglaterra (96-97, 99-00), Campeão da Copa da Liga Inglesa (97-98) e Campeão da Supercopa da Inglaterra, em 2000. Grandes títulos. Grandes troféus. O Chelsea se colocava entre um dos melhores times do mundo.

Desses títulos de grande importância, vou dar um pequeno destaque para dois deles. O primeiro, o título que deu fim ao jejum de 26 anos e o segundo, um título importante em cima de um dos times mais poderosos do mundo.


O título da FA Cup, de 1996. Fim do jejum de 26 anos



Para chegar a finalíssima da Copa da Inglaterra, o Chelsea teve que passar por West Brom, o poderoso Liverpool, o Leicester, o Portsmouth e o Wimbledon. Na final os Blues enfrentariam o bom time do Middlesbrough, que contava com Juninho Paulista, como o craque da equipe.

Os azuis de Londres foram a campo com Grodas; Petrescu, Steve Clarke, Leboeuf, Sinclair, Minto; Dennis Wise, Di Matteo, Newton; Mark Hughes e Zola, a estrela do time. Ruud Gullit, que estava no final de sua carreira, desempenhava a função como jogador e treinador na época.

Logo no comecinho do jogo, o Chelsea abriu o placar com ele, o campeão da Uefa Champions League como treinador, Di Matteo, recebendo a bola e mandando um chutaço para o gol.

Depois disso, o jogo passou a ser controlado pelos Blues, e o time não sofreu grande perigo de gol. No final da partida, Newton, depois de um belo passe de Zola, concluiu para gol, matando o jogo. O Chelsea conquistava um título importante, depois de 26 anos. Incrível. Um título que deu o pontapé, para os demais que vieram.




Título em cima do poderoso Real Madrid, pela Supercopa



Depois de ganhar a FA Cup em 96 e a Recopa Europeia sobre o Stuttgart, em 97, o Chelsea teria pela frente, ninguém menos que o poderoso Real Madrid, pelo título da Supercopa da Europa, que reunia o vencedor da Recopa e o vencedor da Champions League, conquistada na época pelo Real.

O “favoritaço” para levar o título daquele ano da Supercopa era os merengues. Um time que contava com Hierro, Roberto Carlos, Seedorf, Sávio, Mijatovic, Raul. Era um timaço, de respeito.

O Chelsea, franco-atirador, veio com a força de alguns de seus craques, que levaram o título da FA Cup, poucos anos antes. Wise, Di Matteo, e Zola, eram os destaques da equipe.

O Real Madrid, tomou as rédeas do jogo, tentando pressionar os Blues, mas sem criar grandes oportunidades de gol. Sua única chance foi com De Goey, que em belo cruzamento de Hierro, mandou a bola na trave.

Vialli, treinador dos Blues da época, depois de boa passagem pelo time como jogador, vendo que o Chelsea não vinha bem no jogo, deu uma dura no time no vestiário e os azuis de Londres voltaram bem melhor para a segunda etapa.

Quando ele colocou Gus Poyet, a história foi feita. Zola, o craque, carregou a bola para o ataque, driblou os adversários, rolou na entrada da área para Poyet, bem posicionado, fazer o gol do título do Chelsea. Os Blues eram os campeões da Supercopa da Europa daquele ano, de 1998. Um título histórico e muito comemorado pelos torcedores até os dias de hoje.


A década de 90 foi mesmo especial. Grandes jogadores passaram pelo esquadrão do Chelsea. Um time que tinha Roberto Di Matteo, Ruud Gullit, Gianluca Vialli, Marcel Desailly, Ed de Goey, Graeme Le Saux, Eddie Newton, Gustavo Poyet, Dennis Wise e Gianfranco Zola. Uma seleção de grandes jogadores. Foi o início de uma era. Foi o primeiro passo dado, para o Chelsea se tornar a potência mundial que é hoje.



Fontes e Fotos: Livro “A Liga”, Wikipedia, PL Brasil, Daily Mail, Planet Football, ChelseaFc, ChelseaBrasil.


Comentários

  1. Legal, não conhecia essa parte da história do Chelsea.

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    1. Valeu!! A Lei Bosman, ajudou bastante o Chelsea a conseguir grandes jogadores, e com isso, formar um time mais competitivo e vencedor de troféus. Um time em ascensão que ficou mais vitorioso ainda depois de 2003, com a compra do Abramovich.

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  2. é curioso como um jogador pode mudar o patamar do time, o Ruud Gullit mudou o do Chelsea e depois até foi jogador treinador, muito da hora.

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    1. Gullit mudou total o patamar do Chelsea. Virou um time mais "vistoso". Com a chegada dele, outros bons jogadores passaram a ver com bons olhos uma ida pro Chelsea, caso do Zola, Vialli, Di Matteo.

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