Chelsea: O caminho para a glória. (Parte 3)

 

Como esquecer aquela noite de Munique? Como esquecer aquele gol de cabeça de Drogba no final do jogo? Como esquecer aquele pênalti batido pelo nosso atacante, levando o time ao título inédito da Uefa Champions League?

Difícil esquecer… ainda mais levando em conta todo o caminho até ali, passando pelos sofrimentos que o time passou. Perdeu a final em Moscou em 2008. Em 2009, com um time muito bem montado, chegou longe, sendo eliminado pelo Barcelona, em um jogo “esquisito” (vulgo roubado).  Depois em uma fase de grupos difícil na Champions em 2012, em um milagre contra o Napoli nas oitavas, um jogo incrível contra o Barcelona novamente, na revanche do time contra o time catalão. E aquela noite inesquecível de Munique... O caminho foi longo até chegar ao título europeu e hoje contarei um pouco como o Chelsea chegou à glória, passando por várias dificuldades enfrentadas no percurso.

No último texto, falei sobre aquele jogo polêmico contra o Barcelona, de 2009. Nesse, chegamos na temporada 2011-2012. Um ano em que o Chelsea tentou revolucionar o time, após passagem de Carlo Ancelotti pelo comando técnico do time. Sendo campeão pelos Blues da Premier League, com um time muito ofensivo, mas não conseguindo resultados expressivos na Champions League, o treinador italiano foi demitido do comando técnico do Chelsea.

Quem assumiria o time? Roman Abramovich sondou Hiddink (que passou pelo time em 2009), mas não conseguiu aval da Federação Russa, que não o liberou para comandar o Chelsea. Então, os Blues recorreram para Portugal. André Villas-Boas, campeão pelo Porto da Uefa Europa League na temporada anterior, foi o contratado. As comparações com Mourinho, eram inevitáveis. Vindo do mesmo time, foi auxiliar do treinador português e campeão de um campeonato europeu.

O treinador luso chegou e o Chelsea contratou alguns reforços para a temporada. Lukaku, atacante belga muito jovem e promissor veio do Anderlecht, para o ataque. Trouxe Oriol Romeu, para substituir Essien (machucado). Juan Mata veio do Valencia, fazendo grande temporada e Raul Meireles, vendo do rival Liverpool, para a posição de meio campo.

O início do treinador foi promissor. Venceu os 3 primeiros jogos da Premier League, empatou 1 e venceu o primeiro jogo da campanha da aclamada Uefa Champions League. Campanha essa que darei mais enfoque e prioridade aqui.

O grupo do Chelsea tinha Leverkusen, Valencia e Genk, da Bélgica. Um grupo em que o Chelsea, aparentemente, brigaria pela primeira colocação. Na estreia, dentro de casa, o time enfrentou o Leverkusen e com gols de David Luiz e Juan Mata, o Chelsea começou bem, vencendo na estreia por 2 a 0.

No jogo seguinte, fora de casa, o time enfrentou o Valencia e conseguiu trazer um ponto importante para casa, com gol de Lampard. Para fechar o “1°” turno do grupo, o Chelsea goleou o Genk, por 5 a 0, em casa. Gols marcados por Meireles, Ivanovic, Kalou e duas vezes El nino Torres.

Um bom início de campanha, dando confiança para o time, mas o que parecia ser uma classificação tranquila para a fase mata-mata da UCL, não foi o que ocorreu. O time empatou com o Genk, fora de casa, com gol de Ramires. Um empate contra o pior time do grupo não era o que os torcedores esperavam, e nem o time. No penúltimo jogo, derrota para o Leverkusen fora de casa, deixando o Chelsea em situação complicadíssima, correndo enorme risco de ficar de fora das oitavas de final.

Uma derrota essa para o Leverkusen, que aumentou a pressão em cima do treinador português Vilas-Boas, que já não vinha rendendo o esperado. Com eliminação na Copa da Liga Inglesa e vindo de derrotas importantes contra Arsenal, Manchester United e Liverpool, na Premier League. Como diziam os jornalistas, “a batata do treinador estava assando”. Uma pressão enorme para conseguir a vaga para a fase mata-mata da Champions.

Muitos perguntavam se aquele jogo contra o Valencia, pelo último jogo da fase de grupos, era um dos jogos mais importantes, da recente carreira de treinador do português, mas ele negava em responder a essa pergunta.

Um jogo contra o Valencia, que virou de uma importância gigante para o Chelsea, prosseguir na competição. Precisando de uma vitória, para se classificar e não depender de nenhum resultado, o time foi pressionado para esse confronto.

André Vilas-Boas, para surpresa de muitos, deixou Lampard, ídolo da torcida, de fora desse confronto decisivo e montou o time com: Cech, Ivanovic, David Luiz, Terry e Cole; Oriol Romeu, Meireles e Ramires; Mata, Sturridge e Drogba no comando de ataque.

Os Blues deram sorte, pois o inspirado Drogba, logo no começo do jogo, marcou para os azuis de Londres. Em cruzamento de Mata na área, o atacante marfinense dominou, fintou o marcador e bateu na saída do goleiro, abrindo o placar para o Chelsea, sobre o Valencia.

Depois, no meio campo, Drogba ganhou do marcador e lançou para Ramires, que chegou antes do marcador e bateu no cantinho do goleiro. 2 a 0 Chelsea. O que parecia bom, ficou ainda melhor na segunda etapa. O marfinense foi lançado e com um toque sutil na saída do goleiro, mandou a bola rente a trave e definiu o marcador para os Blues. Didier Drogba on fire ajudou e muito a classificar o Chelsea para a próxima fase.

Nas oitavas de final, quem foi definido no sorteio para enfrentar os Blues, foi o Napoli. Um time italiano de uma torcida fanática e realizando ótima campanha na fase de grupos da Champions League. Em um grupo com Bayern de Munique, Manchester City e Villarreal, o time napolitano passou em 2° do grupo, atrás apenas do time alemão.

Contando com estrelas internacionais importantes, como Cavani e Lavezzi, o time de Napóles foi confiante para o primeiro confronto contra o Chelsea. Jogando no estádio San Paolo, o time foi a campo com a seguinte formação: De Sanctis; Campagnaro, Paolo Cannavaro, Aronica; Maggio, Inler, Gargano, Zúñiga; Hamsik, Lavezzi e Cavani no comando de ataque. Um time no tradicional esquema 3-4-3 bastante utilizado pelos times italianos, foi em busca de surpreender os azuis de Londres.

Já o Chelsea, foi com: Cech; Ivanovic, Cahill, David Luiz, Bosigwa; Meireles, Ramires, Malouda; Mata, Sturridge e Drogba. O time foi no 4-3-3 em busca da vitória. O treinador português deixou para surpresa de muitos, Cole e Lampard no banco novamente, dois jogadores importantíssimos para o time.

Os Blues conseguiram abrir o marcador logo aos 27 minutos. Em falha de Cannavaro, Mata abriu o marcador para o Chelsea, deixando o time com uma boa vantagem para o jogo de volta. Mas a alegria durou pouco.

Com uma enorme pressão do time do Napoli, Lavezzi empatou aos 39 e nos acréscimos do intervalo, Cavani virou para o time napolitano. Para fechar o placar, Lavezzi, novamente, fez aos 65, decretando o 3 a 1 no marcador e deixando o Chelsea em uma situação delicadíssima para passar de fase. Vilas-Boas ainda botou Lampard, Essien e Cole, mas nada puderam fazer para evitar a derrota.

Contando com essa derrota e vindo de uma má campanha na Premier League, o treinador português deixou a equipe, não obtendo o sucesso esperado e com resultados apenas medianos para ruins no clube inglês. 

Para o seu lugar, o Chelsea anunciou Roberto Di Matteo, como treinador interino até o final da temporada. O treinador italiano, ídolo como jogador da equipe, foi o encarregado para fazer os Blues melhorarem na temporada…

Primeiro desafio que ele teria: Reverter o placar de 3 a 1, contra o Napoli na Uefa Champions League e buscar levar o clube para o caminho da glória…

Essa história eu deixo para lhes contar na próxima semana!

Fiquem atentos no blog para mais informações dos Blues!

Um abraço a todos!


Fotos e fontes utilizadas: Globo, Espn, Sky sports, BBC.


Comentários

  1. Essa Champions o Chelsea ganhou praticamente todas de virada. E era um time, no papel, pior que o de 2008.

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    1. Realmente, sou mais fã do time de 2008 e 2009, mas alguns jogadores mereciam demais o título europeu, como Lampard, Drogba, Terry, Cech... mas essa Champions, realmente... cheio de jogos incrível e de viradas inacreditáveis.

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  2. Impressionante o Chelsea ter ganhado essa UCL, time era fraco na teoria, mas jogou com muita raça.

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    1. Realmente. Mas os jogadores que entraram, como Bosigwa, Mikel, Bertrand, fizeram o jogo da vida, contra Barça e Bayern. Muita raça em campo, fez a diferença...

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