Chelsea: O caminho para a glória. (Parte 2)

 



Como esquecer aquela noite de Munique? Como esquecer aquele gol de cabeça de Drogba no final do jogo? Como esquecer aquele pênalti batido pelo nosso atacante, levando o time ao título inédito da Uefa Champions League?

Difícil esquecer… ainda mais levando em conta todo o caminho até ali, passando pelos sofrimentos que o time passou. Perdeu a final em Moscou em 2008. Em 2009, com um time muito bem montado, chegou longe, sendo eliminado pelo Barcelona, em um jogo “esquisito” (vulgo roubado). O caminho foi longo até chegar em 2012 e hoje contarei um pouco como o Chelsea chegou à glória, passando por várias dificuldades enfrentadas no percurso.

Depois de falar no último blog sobre 2008, hoje chegamos em 2009 e para entender como foi a chegada do Chelsea até as semifinais da Uefa Champions League, contarei resumidamente sobre como foi essa temporada 2008-2009.

O time, após perder a final da Champions, na temporada anterior, para o Manchester United, mudou algumas peças. O novo treinador da equipe anunciado foi Luiz Felipe Scolari, o Felipão. Ele chegou trazendo alguns reforços lusos e brasileiros para a equipe, de confiança dele. Trouxe Deco, vindo do Barcelona, Bosigwa vindo do Porto, Quaresma chegando da inter e Mineiro, que estava sem time.

O começo de Felipão no Chelsea foi promissor, com o time jogando um bom futebol, mas quando chegou meados de novembro, o time já não vinha rendendo como esperado. O time caiu bastante de produção e Scolari começou a ficar pressionado. Ele ainda conseguiu classificar o Chelsea para a fase mata-mata da Champions, mas com alguns tropeços em jogos importantes, tanto de copas inglesas, como nos clássicos, fez com que ele fosse demitido do time.

Guus Hiddink assumiu o Chelsea interinamente, já que comandava a seleção Russa, ficando no time até o final da temporada. O impacto do novo treinador do time londrino, foi imediato. O Chelsea conseguiu jogar um melhor futebol e conseguir resultados expressivos. Os blues conseguiram eliminar Juventus e Liverpool, antes de chegarem para o confronto contra o Barcelona na semifinal da Uefa Champions League.

Que jogão. Chelsea x Barcelona. Hiddink enfrentando Guardiola, que na época não estava consagrado ainda, como está hoje em dia. No primeiro confronto, o jogo foi 0 a 0 na Catalunha, fazendo com que o Chelsea precisasse apenas de uma simples vitória em casa, para se classificar para a final e reeditar a final do ano anterior, contra o Manchester United.

Os Blues foram para o segundo jogo das semis com: Cech; Bosingwa, Alex, Terry e Ashley Cole; Essien, Balack, Lampard; Malouda, Anelka e Drogba no comando do ataque. Com o esquema 4-3-3 tradicional utilizado pelo Chelsea por muito tempo, o time estava pronto e contava com seus jogadores no auge, sedentos pelo título europeu, que não vinha para os Blues, batendo na trave por diversas vezes.

Já o Barcelona, comandado por Guardiola foi com a seguinte escalação: Valdés; Daniel Alves, Piqué, Touré e Abidal; Xavi, Busquets, Iniesta; Keita, Eto'o e Lionel Messi. O time utilizou o 4-3-3 com o famoso falso 9 utilizado muitas vezes por Guardiola, com Messi e Eto’o flutuando na posição de centroavante, dando muita liberdade para o craque argentino produzir, contando ainda com Xaví e Iniesta, dois meios campistas cerebrais, na busca de levar o time para a final.

O jogo na primeira etapa foi bem disputado. Com o time catalão dominando a posse de bola nos primeiros minutos, marca conhecida de Pep Guardiola de manter a bola, o Barça tentou chegar com perigo, mas sem eficiência na hora de finalizar.

Logo na primeira chegada do Chelsea, Malouda tocou para Lampard, que dividiu com o adversário. A bola sobrou para Essien, que com uma bomba de fora da área, acertou o ângulo de Váldes, marcando um tremendo de um golaço para o Chelsea, abrindo o marcador para os azuis de Londres, fazendo com que o time ficasse em vantagem no marcador e se classificando, momentaneamente, para a final da Champions.

O Barcelona chegou com perigo aos 20 minutos. Daniel Alves cobrou uma falta perigosíssima, mas a bola foi pra fora do gol defendido por Cech. Aos 23, chegada do Chelsea. Malouda partiu pela linha de fundo e foi parado por Daniel Alves, dentro da área, mas o juiz assinalou falta fora da área, para reclamação dos Blues. Drogba bateu a falta com muita força, exigindo uma bela defesa de Valdés, espalmando para linha de fundo. No escanteio, Terry cabeceou, levando perigo.

Aos 26 minutos, Drogba recebeu belo lançamento, saiu em direção ao gol e foi parado por Abidal. O zagueiro puxou o atacante do Chelsea dentro da área, mas o juiz mandou seguir o jogo. Logo em sequência, o Barça respondeu. Daniel Alves cabeceou, mas a bola foi para longe do gol dos Blues.

A primeira etapa acabou com vantagem do time do Chelsea, que conseguiu marcar o gol e se defender muito bem lá atrás. Com dois pênaltis não assinalados pelo árbitro, os Blues foram muito prejudicados. O Barça conseguiu manter a posse de bola, mas não chegou com muito perigo.

No segundo tempo, o Chelsea foi para cima, buscando matar o jogo logo. Aos 7 minutos, Drogba recebeu belo passe de Anelka e finalizou, exigindo uma boa defesa de Valdés. Malouda no rebote até tentou, mas mandou para fora.

Aos 20 minutos, Drogba escorou de cabeça para Anelka, que saiu na direção do gol. Só foi parado por Abidal, que foi expulso do jogo. Na cobrança de falta, Lampard chutou forte, mas a bola não entrou, passando perto da trave esquerda. Depois desse lance, Drogba sentiu dores e foi substituído pelo brasileiro Beletti, que entrou na partida.

Faltando 10 minutos para acabar, mais uma chegada do Chelsea. Malouda cabeceou para Anelka, que recebeu, tentou dar um drible pelo alto em cima de Piqué, mas bola bateu na mão do defensor. O que seria mais um pênalti para os Blues, o árbitro fingiu que não viu nada, seguindo o jogo.

No finalzinho do jogo, gol do Barcelona. Iniesta recebeu na entrada da área e chutou de fora, marcando um golaço, empatando o jogo e classificando o time catalão para a final da Champions League, pelo gol marcado fora de casa.

O Chelsea ainda chegou com perigo. Em escanteio batido por Lampard, com o goleiro Cech na área. O goleiro azul dividiu com o zagueiro e a bola sobrou para Ballack mandar uma bomba. O zagueiro Piqué deu uma de goleiro e fez uma defesaça, evitando que a bola fosse para o gol. Um pênalti claro para o Chelsea… e o juiz? Fingiu que não viu de novo… Fim de jogo, o Barça se classificou para a final da UCL.

O futebol por vezes pode ser injusto. O Chelsea merecia muito ter ido para a final da Champions, pena que a sorte (ou o juiz, que meteu a mão nos Blues) não estava do nosso lado. Era um time com jogadores que mereciam esse título. Alguns conseguiram depois, mas outros, como Ballack, Anelka, Alex e Beletti, não estavam mais presentes.

O jogo foi considerado por muitos veículos de imprensa, como um dos jogos mais "estranho" (ou roubado) da história. O árbitro que estava presente nesse jogo, estava na lista para apitar a Copa do Mundo de 2010. Ele foi afastado pela comissão de arbitragem e foi tirado da Copa. Pelo que me lembro, nunca mais vi algum jogo importante sendo apitado por ele novamente.

Mesmo com esse jogo “duvidoso” contra o Barcelona, o Chelsea terminou o ano de forma positiva. Hiddink levou o Chelsea ao 3° lugar da Premier League e ganhou a FA cup contra o Everton na final, com Drogba marcando um golaço, fazendo com que o time fosse o campeão por 2 a 1, mas pena que a Uefa Champions League não veio… até 2012…

No próximo capítulo, vamos falar sobre o começo da caminhada dos Blues em 2012!

Fiquem atento no blog para mais informações do Chelsea!

Um abraço a todos!

Fontes e fotos utilizadas: Uol, EspnBr.


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